Se você constrói frases como “Quero lhe ver”, “Depois lhe encontro”, “Eu lhe admiro”, pare agora mesmo — e nunca mais volte a fazê-lo.
Sim, eu sei que é louvável sua intenção de não misturar o pronome oblíquo “te” com a terceira pessoa (ele, ela, você), mas usar o “lhe” indiscriminadamente não é a solução.
Você precisa conhecer a diferença entre os pronomes “lhe” e “o”, “a”.
Quando se trata de verbos transitivos diretos — aqueles que se ligam ao complemento sem preposição —, esse objeto é representado, no caso da terceira pessoa, pelo pronome “o” ou suas variações de gênero e número: “a”, “os”, “as”.
As frases que citei no início, por empregarem verbos transitivos diretos, ficam corretas assim:
“Quero vê-lo” (ou “vê-la”, se o objeto for feminino).
“Depois o encontro” (ou “a encontro”).
“Eu o admiro” (ou “a admiro”).
Isso vale para todo verbo transitivo direto. Se não se liga ao complemento por preposição, esqueça o “lhe” sem pensar duas vezes, porque ele não estará adequado aí.
O “lhe” tem uso com certos verbos transitivos INdiretos (aqueles que se ligam ao objeto por meio de preposição), especialmente quando se emprega a preposição “a”:
“Eu lhe darei um presente” (dar algo a alguém).
“Já não lhe emprestei dinheiro antes?” (emprestar algo a alguém).
“Estamos distantes, mas vou lhe escrever” (escrever a alguém).
Como se vê, no caso da terceira pessoa, há situações que pedem os pronomes de objeto direto (“o”, “a”, “os”, “as”) e situações que pedem os de objeto indireto (“lhe”, “lhes”). Por isso é tão importante ter um conhecimento bem firmado de transitividade e regência verbal.
Já chega de usar o “lhe” como partícula universal, não? É pelo bem da sua comunicação.
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