Estrelas, estrelas,
Enamorei-me de estrelas!
Pudera!
Do pálido azul ao rubro ardente,
No amarelo débil ou branco luzente,
Deu-me a lonjura prenda excelente.
Pérolas mil em negra enseada,
Amigas silentes, jóias ao nada,
Velas tantas de escura morada.
Quanto contemplei,
Quanto me foi dado!
Corria Órion caçador do Escorpião,
Prócion, veloz, do Menor Cão,
Antares a buscar sedento o cinturão
E as Marias Três receosas do aguilhão.
Sírio, Maior brilho, a fera vigilante,
Latindo ao Navio que rasga onda avante,
Canopéia capitã, na Popa alma errante,
E o Cruzeiro pouco abaixo, retrato espumante.
Imortais vi os irmãos Pólux, Castor,
Gêmeos bicolores amarrados pela dor,
Logo ali Aldebarã, Touro ruivo em furor,
E o Cocheiro da Capela levando seu senhor.
Foram bestas e homens a galgar o firmamento,
Gigantes peregrinos onde sopra nenhum vento,
Do Sul os mais belos, ó terra de contento!
Teu zênite o melhor, teu céu real alento!
Pudera!
Do pálido azul ao rubro ardente,
No amarelo débil ou branco luzente,
Deu-me a lonjura prenda excelente.
Pérolas mil em negra enseada,
Amigas silentes, jóias ao nada,
Velas tantas de escura morada.
Estrelas, estrelas,
Como não me enamoraria de estrelas?
Enamorei-me de estrelas!
Pudera!
Do pálido azul ao rubro ardente,
No amarelo débil ou branco luzente,
Deu-me a lonjura prenda excelente.
Pérolas mil em negra enseada,
Amigas silentes, jóias ao nada,
Velas tantas de escura morada.
Quanto contemplei,
Quanto me foi dado!
Corria Órion caçador do Escorpião,
Prócion, veloz, do Menor Cão,
Antares a buscar sedento o cinturão
E as Marias Três receosas do aguilhão.
Sírio, Maior brilho, a fera vigilante,
Latindo ao Navio que rasga onda avante,
Canopéia capitã, na Popa alma errante,
E o Cruzeiro pouco abaixo, retrato espumante.
Imortais vi os irmãos Pólux, Castor,
Gêmeos bicolores amarrados pela dor,
Logo ali Aldebarã, Touro ruivo em furor,
E o Cocheiro da Capela levando seu senhor.
Foram bestas e homens a galgar o firmamento,
Gigantes peregrinos onde sopra nenhum vento,
Do Sul os mais belos, ó terra de contento!
Teu zênite o melhor, teu céu real alento!
Pudera!
Do pálido azul ao rubro ardente,
No amarelo débil ou branco luzente,
Deu-me a lonjura prenda excelente.
Pérolas mil em negra enseada,
Amigas silentes, jóias ao nada,
Velas tantas de escura morada.
Estrelas, estrelas,
Como não me enamoraria de estrelas?
—
Gabriel Lago.
Gabriel Lago.
[Imagem: Telescópio Espacial Hubble]